Administração Científica
A gestão de pessoas existe, de maneira rudimentar, desde que há trabalho humano sendo realizado
e coordenado,. No entanto, esta questão só assumiu relevância necessária para obter registros
sistematizados de suas práticas no final do século XIX, quando começaram a
surgir organizações maiores e mais complexas e com elas seus desafios de gestão.Na verdade, o início dessa história se deu com a Revolução Industrial, no final do século XVIII,
quando as pequenas oficinas passaram a produzir em massa com o surgimento da máquina a
vapor. Essa nova configuração rapidamente tornou obsoletos os métodos de gestão até então utilizados.
A produção a menor custo e em maior quantidade permitiu a expansão dos mercados e
a popularização dos produtos industrializados. Consequentemente, as antigas pequenas oficinas
se transformaram aos poucos em fábricas, concentrando uma grande quantidade de operários.
Os experimentos de Frederick Taylor (1856-1915) deram origem ao movimento da Administração
Científica, com o objetivo de substituir a improvisação e o empirismo por cientificidade nas práticas
de gestão. Taylor realizou observações diretas das atividades realizadas pelos trabalhadores,
chegando à conclusão de que os operários eram muito menos produtivos do que poderiam ser.
Para melhorar essa produtividade, buscou cronometrar e simplificar ao máximo os movimentos
requeridos para executar uma tarefa, diminuindo, assim, o tempo necessário para sua execução
(GIL, 2013). Enquanto o taylorismo, surgido nos Estados Unidos, focava o trabalho individual, Henri Fayol
(1841-1925) estudava novas formas de estrutura organizacional na Europa. Fayol propunha que
administrar é conhecer, prever, organizar, comandar e coordenar. Dessa forma, conforme afirma
Chiavenato (2005), cabia aos gerentes tomar as decisões sobre a melhor forma de trabalho,
criando uma divisão entre o planejamento e a execução. O fayolismo visava também à especialização
das atividades, à autoridade e à disciplina para manutenção da ordem e remuneração
proporcional ao desempenho.De modo geral, a Administração Científica tinha como base quatro princípios: racionalização
da tarefa, seleção de pessoas, treinamento de pessoas e monitoramento do desempenho. A racionalização
da tarefa consistia em encontrar a melhor maneira de executar cada tarefa a partir
de análise do superior imediato, buscando aumentar a eficiência do processo. A seleção visava
alocar pessoas mais adequadas para a execução de cada tarefa. O treinamento buscava fixar a
padronização dos métodos de trabalho. E o monitoramento tinha o intuito de garantir que todo o
planejamento fosse executado corretamente. Nesse contexto, surgiu a necessidade dos primeiros
departamentos para gerir a “mão de obra” – já que operário só executa, ou seja, apenas usa as
mãos –, sob o nome de departamento de relações industriais, incumbido de atender exigências
legais, como admissão através de contrato de trabalho, cômputo de horas trabalhadas para pagamento,
férias, medidas disciplinares, entre outros. (CHIAVENATO, 2005).