Cientistas britânicos criam bolhas que carregam imagens e cheiros
Rory Cellan-Jones
Correspondente de Tecnologia, BBC News
O estouro da bolha das empresas do setor de tecnologia já foi por demais comentado, mas, agora, cientistas da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, acreditam que sua tecnologia de produzir bolhas que carregam imagens e cheiros pode ter um futuro promissor.
O equipamento SensaBubble produz bolhas capazes de transmitir mensagens curtas, exibir cores e exalar odores quando são estouradas.
"Estamos interessados em criar experiências novas e incríveis para as pessoas. Pense no seu laptop ou telefone. Você não pode enfiar o dedo na tela", diz.O homem por trás da tecnologia, professor Sriram Subramanian, do departamento de Ciência de Computação, diz que o maior objetivo da equipe que desenvolveu o sistema é criar superfícies para transmitir informações.
A tecnologia está atraindo o interesse do setor de alimentação em shopping centers. O professor imagina um futuro em que uma rede de padarias soltará bolhas pela praça de alimentação contendo por exemplo cheiro de enroladinho de salsicha para conquistar clientes.
Por outro lado, a técnica de propaganda pode se tornar em um pesadelo de cheiros competindo pela preferência dos consumidores.
Números na bolha
A tecnologia também poderá ser empregada na educação.
"Há um jogo no iPhone em que é preciso estourar bolhas para aprender matemática. Nós podemos projetar números dentro de várias bolhas e as crianças teriam de estourar a bolha certa", afirma.
Ele ainda rascunha ideias para o que chama de sistema de notificação de ambiente. Por exemplo, uma bolha que ficaria vagando pelo seu escritório exibindo o número de emails ainda não lidos na sua caixa de entrada.
"Podemos ir até mais longe. Se ligamos cada pasta do email a um cheiro diferente, um determinado odor poderia indicar quantos emails você recebeu da família ou de colegas do trabalho."
A novidade será divulgada neste final de semana em uma conferência sobre interfaces entre humanos e computadores, em Toronto, no Canadá.
O professor comenta como uma visita a um parque temático da Disney "pode ser tão divertida por envolver interação com uma tecnologia que quase passa despercebida".
Esta é a nova fronteira da ciência da computação: tornar nossa interação com máquinas tão divertida que a tecnologia simplemente desaparece.